Voltar 15 de Abril de 2020

Sintero orienta professores quanto às determinações do ensino a distância


O Sintero orienta os professores quanto às determinações apontadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e demais Secretarias Municipais de Educação para efetivação do método de ensino a distância, durante o período de pandemia.

Desde que anunciado pelo Governo de Rondônia de que será adotado plataformas digitais para que os alunos tenham acesso à Educação durante a pandemia, os professores da Rede Pública têm sido levados a utilizarem plataformas online para dispor aulas aos alunos. As quais eles desconhecem, pois nunca tiveram acesso. Em algumas situações, os gestores escolares têm convocados os servidores para reuniões presenciais para repassarem informações de como utilizar esses meios.  Ação que vai em contramão das orientações da Organização Mundial da Saúde e de profissionais e especialistas em saúde, pois configura como ato de aglomeração de pessoas. Inclusive, essa também é uma das proibições contidas no Decreto de Calamidade Pública, editado pelo Governo de Rondônia.

Ao tomar ciência desse tipo de convocação, o Sintero está fazendo intervenções e tentando mudar o cenário. Por isso, orienta aos  professores de todo o Estado, que ao serem solicitados para esse tipo de reunião, se neguem e encaminhem a demanda para os Diretores Regionais ou Diretores Executivos da entidade, pois o Sintero não irá admitir que os servidores sejam expostos a contaminação do Covid-19 e, consequentemente, coloquem suas famílias em risco, devido a uma ação irresponsável e incabível.

Além disso, o Sintero reitera o posicionamento contrário ao ensino a distância, uma vez que essa é uma alternativa adotada pelo Governo e expõe a desigualdade entre os alunos de baixa renda e os alunos com melhor poder aquisitivo, visto que a maioria dos alunos da Rede Pública não possuem os mecanismos básicos tecnológicos, como computador e internet banda larga, que são essenciais para colocar o método em prática.

O Sintero relembra a publicação da MP nº 934/2020, que desobriga as escolas de cumprirem o mínimo de 200 dias letivos e, consequentemente, possibilita que o calendário educacional possa ser estendido até o ano de 2021, com maior flexibilidade e sem prejuízos na qualidade de ensino.  Ressalta-se ainda que o Sintero possui propriedade para argumentar que há possibilidade de adotar outros caminhos, que não seja o ensino a distância, já que ele representa um sistema excludente e antidemocrático. Durante os 31 anos de existência da entidade, houveram diversas mobilizações e greves por períodos longos, em que houve a necessidade de reorganizar o calendário escolar. Ainda assim, os trabalhadores em educação sempre conseguiram fazer adaptações e reposições de aulas, que garantiram acesso e participação de todos os alunos, sem que houvesse restrições devido a fatores sócio-econômicos.

Desde que o ensino a distância foi anunciado, o Sintero vem recendo inúmeras denúncias de estudantes e professores que não conseguem ter acesso ou que não possuem domínio para estudar no ambiente virtual. Aliado a isso, os pais da maioria dos estudantes também não possuem conhecimentos básicos de informática para ajudar e acompanhar as atividades educacionais de seus filhos.

O Sintero ressalta que está vigilante às ações do Governo e que continuará agindo para defender os direitos e interesses dos trabalhadores em educação. Se houver necessidade, também atuará de forma jurídica. O Sindicato ressalta ainda que está aguardando o posicionamento do Ministério Público de Rondônia, da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO), do Conselho Estadual de Educação e das Comissões de Educação das Câmaras de Vereadores dos Municípios de Rondônia, diante da efetivação desse método de ensino adotado pelo Governo que não contempla e nem atende a todos os alunos da Rede Pública de Educação, como deveria ser e como prevê a Constituição Federal.


10 Comentários

  • adenaard
    17 de Abril de 2020

    Sou professor de uma escola na qual a grande maioria dos alunos, alguns do setor chacareiro não têm condições de acompanhar tal processo. Sejamos realistas.

  • Antonio Luiz da C e Silva
    16 de Abril de 2020

    Aqui em Gov. Jorge Teixeira nunca recebemos capacitação para trabalhar com essas novas tecnologias. Vai ficar a direção da escola reproduzindo o que a Seduc mandar.

  • Antonio Luiz da C e Silva
    16 de Abril de 2020

    Aqui em Gov. Jorge Teixeira nunca recebemos capacitação para trabalhar com essas novas tecnologias. Vai ficar a direção da escola reproduzindo o que a Seduc mandar.

  • José Carlos Christóvam Corrêa
    16 de Abril de 2020

    Há muito nossos professires são mal preparados. Saiu uma vírgula do feijão com arroz, é um Deus nos acuda. Livros de Marx sabem até em Braile.

  • Salete de Fátima Fontanive
    16 de Abril de 2020

    Em minha opinião o que a Seduc deveria é ter preparado cesta básica para esses alunos que ficam em casa sem merenda escolar. Isso sim é necessário como tem feito muitos estados onde pais estão sem renda e sem poder trabalhar.

  • Alfredo Rodrigues de Lima
    16 de Abril de 2020

    Aqui na Escola Daniel Neri estamos sendo orientados a fazer o ensino a distância. Estamos encontrando dificuldades pois não fomos treinados para essa modalidade nossos alunos não foram orientados. Gostaria de uma intervenção segura para a nossa seguranças e dos alunos

  • Vanderléia Freitas
    16 de Abril de 2020

    Corretíssimo! Educação a distância contribuí para a desigualdade social,nem todos alunos tem internet , computador. Nada substitui a educação presencial. Em Minas Gerais o governador Romeu Zema também quer educação a distância. Nós não concordamos e temos o mesmo entendimento. O ano letivo necessariamente não precisa acabar em dezembro, já ocorreu greve de 112 dias , e a carga horária foi cumprida

  • ELIANA YASSER WAKIM DE OLIVEIRA
    15 de Abril de 2020

    Acho que vcs deveriam escutar o lado das mães e estou à disposição

  • Rosana Francisco Carneiro
    15 de Abril de 2020

    Concordo plenamente com a extensão do ano letivo para 2021vista que em situações especiais sendo a Pandemia uma delas não e necessário o cumprimento dos 200 dias Letivos. O ensino EAD não está sendo bom para alunos de Classe média e alta segundo os próprios pais, muito menos para as escolas públicas precarias com alunos de classe baixa, na linha de extrema pobreza.

  • Maria do Socorro da Conceição
    15 de Abril de 2020

    É preocupante esta proposta de ensino virtual, pois ela esbarra excludencia. Uma ves que que a maioria dos estudantes não possuem acesso a computador, quanto mais à internet. Sem falar na falta de domínio à esta ferramenta que sem sombra de dúvidas se apresenta neste contexto complexa.

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