Voltar 19 de Março de 2019

Sintero realiza ato público contra o feminicídio e em defesa dos direitos das mulheres


O Sintero reuniu milhares de pessoas durante ato público contra o feminicídio e em defesa dos direitos das mulheres, nesta terça-feira (19/03). Na ocasião, houve uma caminhada pelas ruas do centro de Porto Velho e foi protocalado um ofício no Centro Político Administrativo do Governo de Rondônia (CPA) pedindo a implantação de políticas públicas eficientes em favor das mulheres.

A mobilização foi idealizada pelo Sintero, após a morte da professora Joselina Félix da Silva, 47 anos, vítima de feminícidio.

O início da mobilização ocorreu em frente à delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM/Porto Velho), por se tratar do primeiro ponto de reivindicação do ato. De acordo com a presidente do Sintero Lionilda Simão, Rondônia não oferece estrutura suficiente para atender a todas as ocorrências do Estado. “Nosso Estado é constituído de 52 municípios, entretanto, possuímos apenas 7 delegacias para o atendimento à mulher, ou seja, as vítimas de violência precisam se deslocar para o outro município caso queiram efetuar a denúncia. Isso é inadmissível! Além do mais, os poucos pontos de atendimento que existem não apresentam uma boa estrutura para acolher as mulheres”, disse.

Lionilda também criticou o horário de funcionamento das delegacias de atendimento à mulher: “Nossas delegacias funcionam apenas 6 horas por dia, ou seja, além de serem violentadas em casa, as mulheres acabam sendo desamparadas pelo poder público. Por isso estamos aqui nos mobilizando e reivindicando funcionamento de 24 horas nas delegacias para atendimento as nossas mulheres”, finalizou.  

A secretária de Gênero e Etnia do Sintero e secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RO, Rosenilda Ferreira de Souza, fez duras críticas aos números alarmantes de agressões e estupro que são registrados anualmente em Rondônia. “Ocupamos as primeiras posições do ranking de estupros, violência contra mulher e de piores lugares de qualidade de vida para uma mulher viver. Isso deixa claro que a nossa luta é necessária. Se a sociedade não entender o seu papel nesse contexto, mais vidas serão dizimadas”, falou.

O secretário de finanças do Sintero Manoel Rodrigues da Silva, também esteve presente e se pronunciou em relação às crescentes estáticas do feminicídio. “A sociedade precisa se indignar diante desse cenário, pois milhares de mulheres estão morrendo a cada minuto e nada está sendo feito para frear esses índices”, comentou.

Os alunos da escola Marcelo Cândia onde a professora vítima do feminicídio atuava, participaram da mobilização.

A caminhada teve paradas em frente à Assembleia Legislativa de Rondônia, Tribunal de Justiça e no CPA.

Para finalizar o ato, o Sintero em conjunto com movimentos sociais, entregou um ofício ao secretário adjunto da Sesdec, Hélio Gomes Ferreira, pedindo implantação de políticas públicas eficientes em defesa das mulheres. Entre as solicitações estão:

 *Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher, com funcionando de 24 horas, em todos os Municípios do Estado;

* “Patrulha Maria da Penha” em todos os Municípios com plantão de 24 horas;

* Encaminhamento imediato de todos os casos de violência contra a mulher que cheguem as Unidades Integradas de Segurança Pública (Unisp);

* Ação imediata de medidas protetivas;

* Produção de campanhas institucionais e propagandas de conscientização sobre a violência contra a mulher, usando mídias eletrônicas, veiculados em rádio e TV, além das redes sociais;

* Fortalecimento do Controle Social com:            

  • Apoio à implementação dos Conselhos dos Direitos da Mulher nos municípios; e
  • Fortalecimento do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher;

O secretário afirmou que o Governador se sensibiliza com a questão da violência contra as mulheres e que as portas para o diálogo e debate na construção de políticas públicas estão abertas.

Diante desse ato público, o Sintero reitera que continuará promovendo mobilizações e lutando para levar esse debate à sociedade, pois os índices de violência são alarmantes e tendem a aumentar caso não sejam feitas intervenções pelo Estado, através de políticas de prevenção, informação e punição severas.

Neste momento, queremos transmitir forças e prestar solidariedade às famílias de milhares de mulheres que sofrem com violências, seja ela física, mental, moral, entre outras, e orientamos a realização de denúncias através do número 180.

Participaram do ato público a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Urbanitários do Estado de Rondônia (Sindur), Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Rondônia (Sinjur), Fórum Popular das Mulheres, Frente Brasil Popular, Coletivo Filhas do Boto Nunca Mais, Rede Pública Municipal e Escola Marcelo Cândia, Coletivo de Gênero da Unir, UBM, UNA-LGBT, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e a Delegada DEAM/Porto Velho, Adrian Viero, entre outros movimentos.


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